A beira de completar 37 anos, cheia de ansiedade e com tantas coisas para realizar, tem me voltado constantemente o pensamento “Meu Deus, estou velha”, exatamente assim. Quando olho para trás, lembro de ter feito muitas coisas legais, de todos os objetivos que alcancei. Mas, desde o meu primeiro dia de aula na Faculdade, já se vão quase 20 anos.

Como eu era ingênua, acreditava em tanta coisa. Com 20, nem sonhava em ser mãe, tinha pavor da ideia. Aos 27 me peguei entregue a maternidade. O tempo e vivência me fazem refletir que hoje, aos quase 37, estou muito melhor emocionalmente e muito mais segura, do que a jovem mulher que começou a faculdade de letras há 20 anos atrás. E ainda assim, asseio pelo que a Lucilene de daqui mais 20 anos, vai pensar ao lembrar de mim hoje.

Mesmo lembrando das minhas angustias da época, consigo enxergar o tempo me ajudando a descobrir as minhas capacidades, a minha liberdade, a minha força para romper tabus e me sentir segura. Claro que sinto saudade. Uma saudade imensa da disposição que tinha antes. Sair, perder noites de sono. Mas, hoje o sono me é algo tão precioso. Sem considerar que para recupera uma noite perdida preciso de uma semana inteira.

No alto dos meus 36 anos, muita gente já aponta para minhas rugas, para as mudanças no meu corpo. As vezes eu mesmo me pego olhando para elas, as marcas da minha história, muitas delas ligadas as lembranças mais felizes. Mas, os sinais do tempo não são nada comparado a tranquilidade e paz que ele trás.

Vamos nos cuidar e gozar tudo que o tempo pode nos oferecer. A velhice não nos impede de sonhar, realizar, viver.