Resgate histórico, integração e especialização dos terminais e pesquisa e qualificação técnica são os caminhos apontados para 2022
O quarto dia da Semana Polo do Mar Conecta – 2° Edição, evento que busca conectar as micro e pequenas empresas aos polos competitivos das principais baías do litoral do Rio de Janeiro, teve duas temáticas o Polo do mar da Baía de Guanabara e Saúde e sustentabilidade no mar.
O primeiro Painel Temático do dia, dedicado a Baia de Guanabara, foi aberto com a palestra “Navegar é Preciso” proferida por Tony Correia, diretor da Adepi – Arte e Desenvolvimento. Tony, com seu eloquente e poético português de sotaque e ritmo luso, resgatou a importância histórica da Baía, que foi parada de duas das primeiras expedições de volta ao mundo.
A de Fernando Magalhães, cujo o encerramento e volta para Europa, que ocorreu, em 6 de setembro de 1522, completa 500 anos em 2022. E, a de Bougainville, que partiu em 1776, da qual Tony destacou a figura de Jeanne Baret, que disfarçada de homem, foi a primeira mulher, a circunavegar a Terra. Inspirados nestas figuras e marcos históricos o palestrante propôs que o ano de 2022 fosse para a Baia de Guanabara um ano de festa e eventos, como, por exemplo, o “dia da mulher do mar” inspirado na figura de Jeanne e no “dia do homem do mar” que acontece anualmente na cidade portuguesa de Nazaré, com procissões marítimas.
Em seguida, o superintendente de Infraestrutura da Subsecretária de Indústria, Comércio, Serviços e Ambiente de Negócios (Subian), Amarante Henrique, falou sobre o comprometimento do estado em fazer do Rio o eixo central de importações e importações do sudeste e elencou alguns desafios para esta tarefa. Aumentar a integração logística dos Polos do Mar fluminense, suplantar a concorrência interna por uma política de cooperação e especialização dos terminais portuários e a recuperação da malha ferroviária do rio, para conectar os polos agrícolas e industriais do interior do estado ao litoral, estimulando as exportações.
Paulo Rolim, presidente da Associação Conselho Empresarial Naval Offshore e Serviços de Niterói, falou sobre as perspectivas para o setor naval leste fluminense, considerando as novas necessidades do mercado e as políticas públicas que possam favorecer o crescimento/desenvolvimento do setor. Destacou o setor de serviços, como apoio logístico e reparo naval em apoio as operações no pré-sal, como principal atuação da Baia de Guanabara. Ressaltou que a entrada de novos Players na região, que devem retomar os projetos de exploração dos poços do pré-sal adquiridos em leilão, agora que o setor esta se recuperando, oferecerá aos portos e estaleiros da região novas oportunidades de clientes, não ficando mais reféns da Petrobras, que monopoliza o setor.
Olavo Noleto, presidente da Companhia de Desenvolvimento de Maricá, falou sobre os grandes investimentos que transformaram a cidade de Maricá. O Parque Tecnológico, o aeroporto e outros empreendimentos do município e do seu entorno. Os cuidados com o ordenamento do crescimento e as políticas voltadas para os empreendedores locais.
O professor Marcos Bastos, representante da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Falou sobre Universidade do Mar, em processo de implementação, que além dos polos avançados no mar, em Brocoió, e na terra, em Paquetá conta com um navio oceanográfico. A universidade espera contribuir com a recuperação socioambiental da Baía, aprimorando a sustentabilidade dos usos feitos ao corpo de água. Além disto a Universidade espera fortalecer os laços com a iniciativa privada oferecendo capacitação para os técnicos das empresas.
Luiz Paulino Moreira Leite, presidente da ACIER, Associação Comercial e Industrial do Rio de Janeiro, falou sobre o trabalho centenário da empresa de adensar as cadeias produtivas, fomentando a união do setor e estimulando a colaboração efetiva para o crescimento da indústria naval e sua contribuição para o desenvolvimento do arranjo produtivo local leste fluminense.
Ao fim do painel Fernando Reis, representante da pequena empresa de Artefatos Técnicos de Borracha, contou como foi sua trajetória no desenvolvimento da ATBL para atender os robustos requisitos presentes e cobrados pelo setor.
Saúde e sustentabilidade no Mar
O segundo painel foi aberto pela gerente da área de Gestão de Pessoas do Sebrae/RJ, Marcia Bontorim que destacou
“Iniciativas como os cursos de pós-graduação em biotecnologia marinha e comunicação acústica submarina, as pesquisas para mitigação dos impactos causados pelas embarcações tão como os efeitos do futuro submarino nuclear, a nova embarcação da faculdade de oceanografia, a futura universidade do mar, a logística aquaviária, além das atividades e esportes que podem ser realizados nos municípios costeiros – proporcionando qualidade de vida as pessoas – e as pequenas empresas e startups que atendem essa cadeia de valor, nos ajudam a conhecer o mar e como podemos defendê-lo, utilizando seus recursos de forma sustentável”.
o professor Ricardo Coutinho, do Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira, refletiu sobre as perspectivas para jovens cientistas marinhos empreendedores na Região dos Lagos. Leonardo Brum falou sobre a companhia de navegação Norsul, e o uso da IoT, internet das coisas, nos serviços de vistoria de embarcações já realizado pela empresa .
Em seguida representantes de pequenas empresas contaram sobre suas trajetórias e como se deu o desenvolvimento de seus principais produtos e serviços. Júlio Hermes da empresa Geosaker falou sobre seu drone submarino para o setor naval. E, Fernando Vendramini apresentou a Algii, uma startup que utiliza algas marinhas para produção de cosméticos.
A Semana Polo do Mar Conecta – 2° Edição, continua amanhã, 2, com os painéis “O Fórum de Fornecedores do Porto do Açu e o Desenvolvimento das empresas de São João da Barra e do seu entorno”, “Polo do Mar da Bacia de Campos: Cadeia Produtiva de Óleo e Gás” e “Inovação no Setor de Petróleo e Gás”.