Nesta quinta-feira, 8 de setembro, foi também o Dia Mundial da Alfabetização e Angra dos Reis ganhou um grande motivo para comemorar ainda mais, a professora da rede pública do município, Arislany Sather, 37 anos, foi uma das professoras escolhidas para representar o Brasil em Portugal no programa Alfabetização Baseada na Ciência (ABC).
Arislany foi a 4ª colocada no Estado do Rio de Janeiro. Para participar, cada professor precisou enviar dois projetos em março de 2022. A seleção contou com projetos de mais de trezentos professores inscritos para apenas cem vagas. Ela foi uma das poucas educadoras escolhidas que não possuem título de mestrado ou doutorado.
Sobre o programa
O Alfabetização Baseada na Ciência (ABC) é um programa do Ministério da Educação que consiste em vídeos educativos gratuitos disponibilizados na plataforma AVAMEC (https://avamec.mec.gov.br). Os conteúdos são produzidos por neurocientistas pedagogos portugueses a partir de uma parceria firmada pelo Ministério da Educação (MEC) com a Universidade do Porto e com o Instituto Politécnico do Porto.
O programa tem como objetivo levar professores brasileiros a Portugal para estudarem durante um período de três anos e assim desenvolverem junto aos neurocientistas pedagogos seus projetos didáticos. Devido à pandemia, não foi possível a viagem prévia para a realização do período completo do programa, sendo 2022 o último ano de vigência da parceria.
“Na pandemia, eu desenvolvi um blog com jogos de alfabetização para as crianças acessarem de casa. Foi a ideia que tive para que elas pudessem extravasar a ansiedade de não estarem indo à escola. Uma amiga me mostrou o programa, e logo inscrevi meu projeto de jogos e enviei. Fiquei muito ansiosa, mas consegui passar. Atividades didáticas com jogos estão sendo muito valorizadas atualmente. Para mim, quanto mais iniciativas para a alfabetização, melhor”, comentou a jovem professora.
Sobre Arislany Sather
Desde 2006 docente no Ensino Fundamental 1 na Prefeitura Municipal de Volta Redonda e desde 2008 docente na Prefeitura Municipal de Angra dos Reis no Centro de Educação em Tempo Integral Maria Hercília Cardoso de Castro, a professora tem Graduação em Pedagogia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) em 2018 e Pós-Graduação Lato Sensu, em nível de Especialização, em Educação em Tempo Integral, pela Faculdade única de Ipatinga (FUNIP) em 2019. Possui experiência na área de educação, com ênfase em alfabetização e educação infantil.
“Meus pais foram muito pobres e só estudaram até a quarta série. Eu estou muito feliz por eles. Eles me ligam todos os dias muito alegres. É como se fosse com eles. Eles não estão acreditando que eu estou indo estudar fora. Eu nunca os vi tão felizes em toda a minha vida. Eu dedico tudo isso a eles. Eu sei que é muito difícil passar na CAPES, o próprio secretário de Educação me disse isso”, relatou a educadora, emocionada.
A pedagoga já havia sido homenageada na Câmara Municipal de Angra pelo projeto “Lê para mim”, em que os alunos levam livros infantis para casa e pedem para que seus pais leiam as histórias. As crianças depois recontam a história aprendida em sala de aula a todos os outros alunos ao seu modo, não necessariamente precisando lembrar corretamente da história da forma em que seus pais a haviam contado.
“Em 2018, eu recebi uma medalha pela Câmara Municipal pelo projeto “Lê para mim”. Meus pais organizaram uma caravana vinda de Volta Redonda para que meus amigos e familiares de lá pudessem me parabenizar aqui em Angra dos Reis. Meu pai chorava igual a uma criança. Sou muito grata a eles”, agradeceu a pedagoga.
A profissional também possui formação para atuar como professora do programa EJA (Escola de Jovens e Adultos). Seus métodos e projeto educacionais também podem ser usados por adultos que almejem aprender a ler e escrever. Muitos de seus jogos didáticos para alfabetização para crianças e adultos podem ser encontrados em seu Instagram @arislany_sather. A impressão dos materiais é gratuita e livre de direitos autorais.
Dia Mundial da Alfabetização
O Dia Mundial da Alfabetização foi criado pela ONU/Unesco em 8 de setembro de 1967 para destacar a importância da alfabetização no desenvolvimento social e econômico das nações. Desde então, o combate ao analfabetismo ganhou forças em muitos países, principalmente na América do Sul. É o direito humano que serve de base para a educação de todos os cidadãos, sejam eles crianças ou adultos.
Criados em 2015, os dezessete Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) desenvolvidos pela ONU são metas a serem alcançadas mundialmente até 2030. Dentre eles, o de número quatro se destaca pela importância da inclusão e qualidade na educação, fator crucial para o desenvolvimento da plena cidadania dos países.