Eram pouco mais de 6h da manhã de quarta, dia 25 de maio, quando policiais da Polícia Civil arrombaram a porta do gabinete da vereadora Gabriella Carneiro, conhecida por Gabi Greg. A operação cumpria mandado de busca e apreensão de qualquer evidência, além de celulares e laptops, que pudessem colaborar nas investigações em curso na 166ª Delegacia Policial.
O inquérito na delegacia foi instaurado a partir de solicitação do Ministério Público/RJ onde dezenas de depoimentos apontam que funcionários do gabinete da vereadora devolviam 50% de seus salários à parlamentar. O esquema era operado por ela e seu marido, o policial Militar Greguy Duarte, segundo a apuração do Ministério Publico que solicitou e foi autorizado pelo Juiz a operação que se seguiu também na residência da vereadora e do ex-marido.
Deflagrada pela 166ª Delegacia Policial, a ação buscou apreender aparelhos celulares para apurar práticas dos crimes de peculato e porte ilegal de arma de fogo, que teriam sido cometidos pela vereadora, também conhecida como Gabi Greg.
“Ao analisarmos o inquérito, vimos a necessidade de que fossem realizadas medidas cautelares para extração lógica de eventuais provas que confirmassem a suposta prática de peculato e de outros crimes. A partir da nossa manifestação nesse sentido, a polícia pediu e a Justiça deferiu as medidas cautelares cumpridas hoje”, explicou a promotora Carolina Motta da Cunha Gonçalves Wienskoski, titular da Promotoria de Justiça de Investigação Penal de Angra dos Reis.
A promotora de Justiça acrescentou que há uma grande integração da equipe policial com o MPRJ no inquérito, cujas investigações apuraram que, desde o início do mandado da vereadora, em janeiro de 2021, ela, seu marido, Greguy Duarte, e seu chefe de gabinete, André Mota, exigiam um repasse de parte do salário dos funcionários do gabinete para permanecerem nos cargos ocupados. A prática configura peculato e é conhecida popularmente como ‘rachadinha’.
Os mandados de busca e apreensão também foram cumpridos nas residências dos três investigados no mesmo horário em que era executada a busca na Câmara. Foram apreendidos, no total, oito aparelhos telefônicos. Uma arma de fogo foi encontrada na residência de Greguy Duarte, que é policial militar e não estava no local. Ele se prontificou a comparecer em sede policial ainda nesta quarta-feira (25/05) para entrega do seu aparelho telefônico e apresentação do registro da arma junto ao SINARM (Sistema Nacional de Arma).
VEREADORA ABRE SIGILO
Surpreendida pela operação policial, Gabriella diz que entregou seu celular e que vai abrir seu sigilo telefônico porque o quanto antes provar sua inocência. Acrescentou que essas denúncias partiram de ex-funcionários ressentidos que teriam ainda sido insuflados por grupos políticos que combate.
A Câmara de vereadores emitiu nota para afirmar que a operação policial se restringiu ao gabinete de Gabriela.