A CPI da Covid ouve nessa quarta-feira, 18, o depoimento de Túlio Silveira, advogado da Precisa Medicamentos, empresa representante do laboratório Bharat Biotech, que intermediou a venda da vacina Covaxin para o Ministério da Saúde. Silveira teria tido acesso a informações privilegiadas da pasta e teria atuado na falsificação de documentos.
O requerimento de convocação de Silveira foi apresentado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e, em 30 de junho, aprovado pela CPI. Em 10 de junho, a CPI já tinha determinado a quebra de seus sigilos telefônico e telemático. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional do Distrito Federal acionou o STF para tentar suspender a quebra de sigilo, mas a ministra Rosa Weber negou o pedido.
Silveira também entrou com ação no STF pedindo o direito de não comparecer a cessão, mas o presidente da corte, ministro Luiz Fux, concedeu apenas o habeas corpus que lhe dá o direito de não responder questões que possam incriminá-lo. Na sessão da Comissão o advogado negou participação na venda da vacina e se manteve em silêncio a maior parte do depoimento, negando-se a responder as perguntas.
Em julho, A Bharat também rompeu com a Precisa, denunciando a falsificação de documentos entregues pela empresa brasileira ao Ministério da Saúde. Entre os documentos com falsificação apontada está a versão em português da carta de autorização para a Precisa atuar em nome do laboratório indiano. A Precisa nega ter feito a falsificação e a atribui à Envixia Pharmaceuticals, empresa com sede nos Emirados Árabes Unidos e parceira da Bharat.
Ainda na sessão dessa quarta-feira, o relator da CPI anunciou a inclusão do deputado Ricardo Barros, líder do governo federal na Câmara, no contingente de investigados, juntamente com Túlio Silveira. Na quinta-feira, 19, está marcado o depoimento do dono da Precisa Francisco Maximiano.