Terminada a eleição, o candidato Venissius Barbosa (Podemos) tratou de procuar culpados de sua derrota e apontou a máquina do prefeito Fernando Jordão (PL) que teria plantado candidatos de fora para atrapalhá-lo. Não foi bem assim. Vamos aos números.
Primeiro que Venissius somou 18.043 votos em Angra, crescendo perto de 35% em relação ao pleito de 2018. Célia Jordão (PL) cresceu 250%.
Em 2018, os candidatos de fora com mais de mil votos somaram 27.849 votos, contra 24.637 votos em 2022. Já os candidatos a deputado federal locais com mais de mil votos, (excluindo-se lógico Venissius) somaram 6.665 votos em 2018 contra 14.840 em 2022.
Venissius teve um desempenho melhor fora de Angra e somou 31.140 votos, e faltaram 2.228 votos para se eleger. E aqui aparece um fato que lhe tirou a eleição. Marcelinho Bob (MDB) seria candidato a deputado estadual pelo partido de Venissius, o Podemos. Só que na hora de registrar sua candidatura, Marcelinho Bob viu que continuava filiado no MDB, o candidato local do Podemos era o ex-vereador e ex vice-prefeito Manoel Parente. Rejeitado, Bob obteve a vaga para deputado federal pelo MDB e conquistou 2.610 votos, mais que os votos que faltaram a Venissius para se eleger.
Ou seja, a narrativa de que deputados de fora apoiados pelo prefeito Fernando Jordão lhe tiraram a vitória não é realista. Venissius perdeu para ele mesmo ao cometer um erro com Marcelinho Bob. E não e só isso. Perdeu feio em Mambucaba para Thimóteo (Solidariedade) que teve 2.933 contra 692 de Venissius. A diferença é 2.241 votos, mais de que os 2.228 que precisava para ultrapassar seu colega de partido Sargento Portugal, que foi eleito.
Candidatos de fora sempre tiram votos, a briga é sempre convencer o eleitor a votar em candidatos de Angra. Célia Jordão (PL) foi mais eficiente, até pelo excelente mandato apresentado com entregas valorizadas mesmo fora de Angra.
O resto é choradeira de perdedor, até porque Venissius foi o primeiro a fechar dobradas com candidatos de outras cidades.