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O Colégio Naval fará 70 anos? E eu com isso?


Primeiro é importante a gente entender que comemorar aniversário é um “costume”, tanto você quanto o Colégio Naval sobreviveriam sem soprar as velinhas e cortar o bolo.
Na origem, o aniversário seria uma comemoração pagã, foi absorvido pelo cristianismo no século IV quando a Igreja começou a comemorar o nascimento de Jesus Cristo. As velas em cima do bolo vêm da Grécia Antiga na comemoração de alguns de seus deuses.

Na Idade Média, na Alemanha, os camponeses festejavam os aniversários dos seus filhos com um bolo, as velas em número idêntico à idade da criança, e mais uma vela que simbolizava a luz da Vida.
Atualmente, as festas de aniversário servem para celebrar a conquista de mais um ano de vida. Trata-se essencialmente de um dia que se quer feliz e alegre, passado na companhia das pessoas que nos são mais queridas e importantes.

E PORQUE O COLÉGIO NAVAL VEIO NASCER EM ANGRA?
Angra dos Reis sempre teve posicionamento estratégico para entrada e saída de produtos, portanto uma área que teve fortificações em um sistema de defesa escorado pela Ilha Grande.
O Forte do Leme que nasceu em 1911. O Forte da Piraquara que não chegou a nascer. Da Escola da Marinha que veio a nascer o Colégio Naval. O Arsenal de Marinha veio a nascer posteriormente como Estaleiro Verolme. A linha do trem que sairia do Rio e alimentaria esta baía estratégica, só chegou até Mangaratiba, e alguns que estão lendo vão lembrar de trechos incompletos na Monsuaba e Portogalo. A linha de Mangaratiba no terminal de Deodoro (inaugurado no II Império), chamava-se Ramal Angra dos Reis. Portanto estamos falando que o Brasil tinha projetos militares para uma Baía da Ilha Grande desde o Império.

Primeira turma de alunos do Colégio Naval – detalhe para o primeiro da fila sendo engolido pelo uniforme

Pois bem, a República chegou, mas a Marinha e o Exército Brasileiro nasceram no Brasil Imperial. Alguns projetos foram sendo atualizados. A baía militar de Angra no começo do século XX ainda estava de alguma maneira nos planos do Brasil, até que em 1906 o naufrágio do Encouraçado Aquidabã desmobiliza a construção do Arsenal de Marinha na Baía de Jacuecanga. O Forte do Leme chega a nascer, com canhões Armstrong que foram do Encouraçado Riachuelo, o mesmo que escoltou D. Pedro II para o exílio até Fernando de Noronha, partindo do Abraão na Ilha Grande.
Em 1871 um decreto já indicava um curso de matérias preparatórias do curso da Escola da Marinha na Capital. Logo depois, lá nasce o Colégio Naval. Sua inauguração se deu em 1877.

Arco de acesso ao Colégio Naval – ano impreciso



No começo da República, o General Honório de Souza Lima, ilustre filho de Angra dos Reis, usando seu prestígio junto ao Presidente Hermes da Fonseca, convenceu-o a aceitar a doação de extenso terreno que a Câmara de Vereadores de Angra dos Reis fazia à Marinha, destinada à edificação de uma escola militar. Em 1914 a Escola Naval vem pra Angra, onde funcionou até 1920, depois o prédio funciona como Escola de Grumetes até 1949. Em abril de 1951, as primeiras turmas do Colégio Naval iniciavam o ano escolar, em caráter precário na Escola Naval. A transferência do Corpo de Alunos para Angra dos Reis transcorreu em memorável viagem a bordo 10 de agosto de 1951, a bordo de dois contra -torpedeiros. Em 15 de agosto, foram solenemente inauguradas as atividades de ensino em Angra dos Reis, com 326 alunos integrando as turmas do 1° e 2° anos.



Bom, durante décadas, nós quando meninos angrenses, ao passar em direção à Praia Grande, cansamos ouvir de amigos: “Se eu fosse presidente do Brasil faria disso uma escola normal”. Nem precisou tanto, e este ano se anunciará a inclusão de mulheres nos quadros de alunos do Colégio Naval, mas isso é outra história.
As voltas que o mundo dá em nossa querida Angra, também dá a volta na Estrada do Contorno.

Nilton Júdice

Nilton Judice é publicitário e criador da página Simplesmente Angra nas Redes Sociais.

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